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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

JESUÍTAS - "ASTUCIOSOS E HIPÓCRITAS"

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Jesuítas = “astuciosos e hipócritas”?

Fernando Nascimento

Segundo o pastor Lauro de Barros Campos em seu calunioso livro “O Estado do Vaticano”, os bons dicionários identificam os jesuítas como “astuciosos e hipócritas”.

PURA CALÚNIA! Caro leitor, pegue seu "bom dicionário" para desmascararmos mais uma vez esse aleivoso pastor: Note que ele convenientemente escolheu o “termo figurado depreciativo” do seu dicionário que não é tão bom. O significado de Jesuíta em qualquer bom dicionário consta: Jesuíta = ESPERTO, ATILADO, e “atilado” traduz-se por escrupuloso, correto, discreto, prudente, ..., encerrando assim o embuste do pastor.

Vocês sabiam, por exemplo, que os Jesuítas – a Companhia de Jesus – foram tão exímios nas ciências que, neste exato momento, 35 crateras lunares têm o nome de cientistas jesuítas? Sabiam que 1 entre cada 20 dos maiores matemáticos da História fazia parte da Companhia de Jesus? Ou que os Jesuítas ajudaram a fundar e se tornaram os maiores praticantes do estudo de terremotos, a Sismologia?



Baltazar Gracián, um exemplo da genialidade jesuíta

Seus livros impressionaram e inspiraram filósofos, escritores e pensadores ao longo de mais de trezentos e cinqüenta anos. Seu autor, o jesuíta espanhol: Baltasar Gracián.

Nietzsche, Schopenhauer, Voltaire e Lacan, foram leitores entusiasmados dos livros deste jesuíta.
Seu livro de estréia “El Hérce”, ganhou tradução para o francês já em 1645.

Na Alemanha, o filósofo Arthur Schopenhauer, em parte por insistência de Goethe, traduziu parcialmente “El Criticón”, que considerava “um dos melhores livros do mundo”, e um pouco depois o “Oráculo Manual y Arte de Prudencia”. Entusiasmado afirmou: “ meu escritor preferido é o filósofo Gracián. Li todas as suas obras.”

Friedrich Nietzsche declarou sobre a obra de Gracián:

“A Europa nunca produziu nada mais refinado em questão de sutileza moral.”

“Absolutamente único ... um livro para uso constante ... Um companheiro na vida. Estas máximas são especialmente adequadas àqueles que desejam prosperar no grande mundo”.

Na França, foi lido por moralista como Rochefoucauld e citado elogiosamente na correspondência de Voltaire.

Termino esta refutação com a célebre frase de Gracián, que cabe aos que se acham “sábios” como o pastor Lauro Barros Campos:

“Tolos são todos os que parecem tolos, e metade daqueles que não parecem.” (Baltasar Gracián).

Minhas citações sobre Baltasar Gracián, foram extraídas do prefácio do Livro “A Arte da Sabedoria”, Baltasar Gracián, Edição completa, Editora Best Seller.

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